Alfaiates - Sabugal
Heráldica
Escudo de prata, pelourinho de púrpura realçado do primeiro, entre uma rosa de vermelho, botoada de prata e
apontada de verde à dextra e um minguante de vermelho à sinistra.
Coroa mural de prata de quatro torres.
Listel branco, com a legenda a negro em maiúsculas : “ ALFAIATES - SABUGAL “.
Data do Brasão - 19 de Novembro de 1996 Publicada no Diário da República, III Série de 19/11/1996
Orago - Santiago Área - 27,9 Km2
Símbologia
A rosa - Representa a rainha Santa Isabel que, com os seus familiares tantas vezes visitou e permaneceu em Alfaiates. Esta povoação foi dada em dote à rainha Santa Isabel pelo seu marido el-rei D. Dinis
O pelourinho - É um dos motivos do orgulho da freguesia, pelos vários forais que lhe foram concedidos.
O minguante - Representa a denominação dada , à muitos séculos (1230) a Alfaiates: "CASTELLO de LUNA".
Escudo de pedra
Foral de Alfaiates - Capa
Símbologia
A rosa - Representa a rainha Santa Isabel que, com os seus familiares tantas vezes visitou e permaneceu em Alfaiates. Esta povoação foi dada em dote à rainha Santa Isabel pelo seu marido el-rei D. Dinis
O pelourinho - É um dos motivos do orgulho da freguesia, pelos vários forais que lhe foram concedidos.
O minguante - Representa a denominação dada , à muitos séculos (1230) a Alfaiates: "CASTELLO de LUNA".
Escudo de pedra
Alfaiates - Castelo - Entrada e restos do Torreão
Escudo Real de Armas (D. Manuel I) sobre a Porta do Castelo
ladeado por duas esferas armilares
Foral de Alfaiates - Capa
Foral Manuelino de Alfaiates 1515
1297 - Dom Dinis concedeu foral a Alfaiates, freguesia do concelho do Sabugal.
Inicialmente foi uma localidade leonesa, assim como toda a região de Ribacoa, foi integrada no reino português ao tempo de Dom Dinis, npelo Tratado de Alcanices, a 12 de Setembro de 1297.
No entanto, a vila de Alfaiates já tinha sido ocupada pelos portugueses um ano antes, 1296.
O primeiro foral tinha-lhe sido outorgado em 1209 por Afonso IX de Leão
Em 1230 recebe Carta de Foros e Costumes das mãos de Afonso X de Leão
FORAL MANUELINO DE ALFAIATES
Fl I (Folha I)
dom manuel
Per graça de deus Rey de Portugal e dos Algarves d’aquem e d’alem mar em Africa,
Senhor de Guinee e da conquista e navegacam e comerçio de ethiopya Arabia Persia
e da India. A quantos esta nossa carta
[Fl.Iv (Folha 1 Verso)
de foral dado aa Villa d’Alfayates virem fazemos saber que per bem das dilligençias exames e inquiriçoens que em nosso Regnos e Senhorios mandamos jeeralmente fazer pera justiicaçam e declaraçam dos foraes deles E per alguumas sentenças e determinaçoens que com os do nosso conselho e leterados passamos e izemos acordamos que as rendas e direytos reaes se deuem na dita Villa pagar e
arrecadar na maneira e forma seguinte:
Por quanto antre nos e os moradores da dita Villa e termo foy ora feito huum contracto e composiçam sobre alguns direitos da dita Villa por tanto decraremos aquy breuemente a sustançia do dito contracto pera juntamente se declararem neste foral os direitos que hy avemos d’aver per conseguinte icarem logo apartados
(*) «Foral ou Carta de Foral é um diploma concedido pelo rei ou por um senhorio laico ou eclesiástico a determinada terra, contendo normas que disciplinam as relações dos seus povoadores ou habitantes entre si e destes com a entidade outorgante.»
(Mário Júlio de Almeida Costa, professor de Direito na Universidade de Coimbra).
NOTA Os forais foram concedidos entre o século XII e o século XVI tendo sido extintos por Mouzinho da Silveira em 1832.
......................
Os forais ou cartas de forais eram leis ou diplomas de direito público local.
Através deles os reis estabeleciam e concediam direitos, regalias e privilégios, regulando o modo de administração dos concelhos, em termos de prestação de tributos e obrigações.
Até ao reinado de D. João II (1481-1495), os forais são classifcados como forais velhos para se distinguirem dos forais novos concedidos no reinado de D. Manuel I (1495-1521)
Alfaiates - Sabugal - Muralhas - Porta -
Alfaiates
Situa-se em local planáltico, delimitado por terreiro e
com construções rústicas adoçadas a dois alçados. Teve provável origem no
séc. XIII com concessão de Carta de Foros e Costumes por Afonso X de Leão e
então designado por Castillo de la Luna. Em 1297 passou a integrar o território
português na sequência do Tratado de Alcañices. O foral foi renovado em
1515 por D. Manuel. Quando das invasões francesas (1811) o castelo desempenhou importante papel;
em 1836, o estatuto concelhio foi extinto e, posteriormente, foi adaptado a cemitério,
com colocação de Cruz e pináculos no alçado principal. A sua tipologia é românica-gótica de planta
quadrada. A arquitectura é militar, tendo a cidadela dupla cintura de muralhas, encontrando-se a
cintura interna parcialmente ruída.
Alfaiates - Igreja da Misericórdia
Pelourinho Manuelino de Alfaiates
Alfaiates - Pelourinho Séc XVI
A construção do pelourinho de Alfaiates terá sido ordenada por D. Manuel na mesma altura em que lhe atribuiu foral. Apresenta-se em bom estado de conservação sendo Imóvel de Interesse Público desde 1933 (Dec. N.º 23122 In Diário do Governo de 11/10).
Na sua concepção utilizou-se o granito local, possivelmente das pedreiras da Lapa e da Tapada do Moinho. Apresenta um soco constituído por 6 degraus onde assenta coluna de fuste sem base, mantendo as argolas de sujeição. .Do capitel cruciforme de secção circular anelado, projectam-se quatro ornatos em forma de gárgula tubular bojuda, rematada por círculos concêntricos. O remate é em pinha cónica, com forma de gárgula tubular, coroada por bandeirola em ferro. Os pelourinhos simbolizavam o poder judicial, remontando ao séc. XII. Neles se liam as posturas municipais e as sentenças, se afixavam avisos e editais. Era o lugar onde os criminosos sofriam as penas menores, uma vez que os crimes mais graves, ou penas maiores eram cumpridos na forca. Foram revitalizados com D. Manuel I, passando a associar-se de forma directa à concessão de foral: «a renovação dos forais conduzia à construção ou reconstrução de novos pelourinhos, perdendo por um lado a associação à execução das sentenças judiciais, enquanto adquiriam, por outro, um carácter simbólico e artístico – a presença do poder régio e o distintivo da jurisdição do lugar. Por estes motivos, tais monumentos eram erigidos em praças centrais e públicas»
A propósito de Sacaparte ou Sacraparte
Reza a lenda, segundo Pinho Leal, que a construção do templo se deveu a uma promessa feita no decorrer de um prélio travado entre D. Sancho, rei de Castela e o influente fidalgo D. Álvaro Nunes de Lara, que levou a população de Alfaiates, temendo pela sua vila, a rogar a Nossa Senhora que "sacasse à parte" ambos os adversários. Assim terá tido origem o nome do convento posteriormente erigido.
Segundo outros relatos, a fundação do convento deveu-se a D. Dinis, que nos seus passeios a cavalo pela região, terá decidido mandar reedificar a capela ali existente.
Alfaiates - Sacaparte . Cruzeiro - Séc XVIII
Alfaiates - Sacaparte - Mosteiro ruínas - Séc. XVIII construído sobre rtmida do Séc. XIV
Alfaiates - Sacaparte . Cruzeiro
Alfaiates - Sacaparte - Entrada do Mosteiro
BREVE APONTAMENTO
Há vestígios Alfaiates ter sido habitada ainda na Pré-História
Tratar-se-ia de um Castro que ocupou parte da área onde posteriormente se ergueu o castelo e terá sido um dos castros mais importantes do Alto Côa, provavelmente habitado por uma tribo celta - os Sefes
No Séc. II d.C. terá ocorrido a romanização de Alfaiates que foi ponto de passagem de várias vias designadamente, a Imperial, ligando Guarda a Salamanca.
Por volta de 716 terá sido ocupada pelos invasores árabes, tornando-se novamente centro de administração do Ribacoa e a povoação passa a ser conhecida como Al- Khayyat (ou Alchaeata), que significa cosedor, alfaiate.
(Outros estudiosos sustentem que deriva de Al-haet, ou seja: de um muro ou muralha, construção de terra batida)
Afastado o perigo árabe foram as terras conquistadas por D. Sancho II, Rei de Leão e Castela (1065-1072).
Desde o tempo de D. Sancho I e até ao reinado de D. Dinis, Alfaiates manteve-se sob domínio de Leão:
No Reinado de D. Dinis (1279-1325) a Comarca de Ribacôa foi invadida pelas tropas portuguesas. A linha divisória entre os dois reinos passou a ser o Côa, tendo sido criada uma linha defensiva conjuntamente com os castelos de Sabugal, Vilar Maior, Sortelha e Vila do Touro que passaram a constituir uma importantíssima barreira militar à entrada de exércitos inimigos.
Contudo, e em termos oficiais, Alfaiates apenas se fixou, definitivamente, na soberania portuguesa com a assinatura do Tratado de Alcanizes, a 12/09/1297.
A partir do reinado de D. Dinis, Alfaiates e Almeida passaram a constituir os dois mais importantes baluartes fronteiriços das terras de Ribacôa.
Em 1282 e nas vésperas de S. João, chega a Alfaiates a princesa Isabel de Aragão, para se juntar a D. Dinis (1279-1325), dando continuidade ao casamento realizado por procuração 11/02/1281, em Barcelona. Ali se organiza o séquito que segue depois para Trancoso onde se celebraram os esponsais.
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